quarta-feira, 25 de abril de 2012

EDUCAÇÃO UM DIREITO SEM RESPEITO


por Caliana Mesquita

O que se pode esperar de uma nação que coloca o futuro de uma criança como escudo de protesto para reivindicar melhores salários e condições de trabalho? Que tipo de líder é este que mede em cifras se vale a pena pagar migalhas pelo futuro da sua nação? O que pode se esperar de um país que não investe na educação do seu povo?
Há mais de 45 dias o Brasil está parado no tempo. Professores de 24 estados brasileiros se uniram para exigir do governo reajustes dignos dos profissionais mais importantes do tripé social, o professor. Uma profissão que vem sendo desgastada e desvalorizada pela falta de atenção do sistema politico brasileiro.
A media salarial de um professor de escola publica no Brasil chega há R$1400,00/ mês. Um valor que se torna irrisório diante da falta de segurança e escassez de instrumentos que viabilizem um trabalho aprimorado para a categoria. Não é mais orgulho ser professor.
A profissão milenar esta se esvaindo nos sonhos dos futuros profissionais no Brasil. O motivo esta estampado nos jornais. O professor já não tem o mesmo valor, o conhecimento já mete medo e a informação... Essa o facebook já se incumbi de compartilhar.
Mas de quem é a culpa? Do aluno, que esta indo para escola com oquem vai para um presidio e lá extravasa todos os traumas e revoltas de uma vida miserável e desordenada? Da família que joga para o professor a responsabilidade de educar o caráter do seu filho? Das autoridades que preferem contornar a educação com politicas paliativas e menos efetivas para não perder seu “rebanho eleitoral’?
Ou dos professores. Mestres que deixaram de ser lideres, que perderam o gosto pela profissão, que não dinamizam as aulas, não se especializam, leem um paragrafo de um livro e acreditam que ensinaram alguma coisa. Que usam o Ctril-C e Ctrl-V para avaliar os futuros médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, PROFESSORES do país?
Todos os brasileiros são responsáveis pela educação esta, hoje, em ultimo plano na pauta de prioridade do governo brasileiro. Somos nós que acreditamos que o conhecimento é a penas um pedaço de papel, o qual denominamos diploma depois de anos sentados em uma carteira escolar. Fomos nós que deixamos de sonhar e fazer com que nossos filhos deixassem de quererem ser professor quando crescessem. Somos nós que perdemos a vontade de aprender e ensinar. Pois somos nós, sociedade brasileira, que ignoramos as propostas para a educação dos nossos representantes políticos. Desaprendemos o conceito de Escola, esquecemos para que serve a educação.
Não podemos usar como desculpa a corrupção nem tão pouco a falta de infraestrutura para começar a mudar. Temos na historia mais recente um exemplo de que a o mundo se transforma pela educação. O Japão após a segunda Guerra Mundial teve seu território destruído pelos efeitos das bombas jogadas em Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Porém a falta de estrutura física do país não destruiu a força e a vontade recomeçar do seu povo, e em meio a terrenos baldios ainda com a radioatividade latejando sobre o solo, centenas de cadeiras eram colocadas em fileiras, e o Japão foi reconstruído pela regência dos mestres da educação se tornando hoje uma das mais importantes potências econômicas do Globo.
O Japão não é mais rico que o Brasil, nem mais pobre, por sua vez. O que separa o Brasil do resto do mundo é a forma a qual os brasileiros lidam com a destruição gradativa da sua nação. Permitir que a base de formação humana do individuo seja instrumento de jogo politico, permitir que a educação continue como discurso de horário eleitoral, se permitir ser fantoche nas mãos de quem não tem interesse algum em construir uma base solida que fortaleça a consciência do cidadão. São estes argumentos que irão sempre deixar o Brasil em posição de “em desenvolvimento” perante o mundo. Afinal o que se pode esperar de uma nação que não tem educação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário